terça-feira, 27 de abril de 2010

Mini Cooper S entrega prazer ainda maior que seu preço





Os R$124.700 parecem não ser loucura depois de guiá-lo

Por Rodrigo Mora

Você pagaria R$124.700 por um carro de 3,69m, com um minúsculo porta-malas de 160 litros e sem equipamentos essenciais a um veículo desse valor, como sensor de estacionamento e ajuste elétrico dos bancos dianteiros? A resposta mais óbvia seria não. Mas acredite: depois de uma volta com o Mini Cooper S, você esquece que em algum momento se preocupou com tais deficiências e só pensa em quando irá guiá-lo novamente - ou em quanto terá de economizar para ter um. O Mini Cooper surgiu em 1959 na Inglaterra, como carro popular. No Brasil, desembarcou oficialmente pelas mãos da BMW há um ano, mas com uma proposta diferente: ser um veículo de nicho, essencialmente para quem busca estilo e prazer ao dirigir.

Mesmo antes de dar a partida, você já desconfia que o Mini Cooper é o tipo de carro que garante total diversão ao volante. Isso porque, ao contrário de um modelo 1973 já dirigido por nós, o Mini "moderno" tem uma posição de guiar concebida apoiada na esportividade. O motorista senta mais rente ao chão, enquanto o volante fica bem na vertical. A ergonomia ainda é privilegiada pelos bancos, que têm ótimo apoio, e pela alavanca de câmbio, bem próxima do motorista - o "piloto" quase não estica o braço para trocar as marchas, quando no modo manual.

Ao acelerar o compacto premium, o motorista confirma que o Mini Cooper oferece altas doses de alegria a quem o dirige - desde que, claro, com a disposição alinhada à proposta do carro. Isso porque o Mini é arisco, em qualquer situação. Você dirige um Audi S3 devagar, sem perceber que está num esportivo de 256cv, mas no Mini você é sempre provocado a acelerar. E se você o fizer, ele responderá com um motor 1.6 16V turbo, de 175cv, forte tanto em baixa quanto em alta rotação. Em companhia dele há um câmbio automático de seis marchas, com opção de trocas seqüenciais. A principal qualidade dessa dupla é a aceleração, feita em 7 segundos, de acordo com a marca. De tão nervoso, o Mini requer certo controle em arrancadas mais vigorosas, já que suas rodas dianteiras acabam "puxando" o carro para um dos lados. Mas o charmoso inglês não é bom só em retas. Pelo contrário: sua direção tem respostas diretíssimas, que só aumentam sua vocação esportiva - o motorista aponta uma direção, e lá está o Mini obedecendo prontamente. Para completar, uma estabilidade invejável, que também só estimula o motorista a abusar nas curvas.

Só depois que o entusiasmo diminui, é que o motorista percebe que a versão S entrega ar-condicionado digital, sistema de som de alta qualidade, revestimento em couro, teto solar em cristal e elétrico, luzes ambiente, faróis bi-xenon, volante com comandos de áudio, seis airbags, entre outros itens. No evento de lançamento do Mini Cooper, a BMW insistia em dizer que o modelo tinha comportamento similar ao de um kart. Essa definição, certamente, foi uma das únicas em que a verdade se sobrepôs ao marketing.

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