sexta-feira, 23 de março de 2012

Demissões preocupam trabalhadores da GM, em São José dos Campos

Em um ano, empresa demitiu 377 funcionários na unidade joseense.
Credito: Reprodução / Rede Vanguarda Funcionários da General Motors (GM) de São José dos Campos estão preocupados com as demissões. Entre dezembro de 2010 e o mesmo período do ano passado, 377 postos de trabalho foram fechados na empresa.

Foram 17 anos trabalhando na GM, até que no mês passado, o soldador Edmar Beti recebeu a notícia da demissão. "Cada departamento tinha que reduzir um pouco. Eu sou soldador e lá não tinha mais a função de solda, tiraram a área e então falaram para mim que a minha mão-de-obra não tinha mais. Era melhor para a empresa mandar eu embora, do que mandar um mecânico", disse.

Vanderson da Silva também foi dispensado. Ele trabalhava há oito anos no setor de ferramentaria. "Foi mais gente do meu setor e de outros setores também. Todo dia tem pessoas indo embora lá na fábrica", garantiu.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de janeiro do ano passado até agora, foram feitas 964 homologações de funcionários da GM. O número inclui o Plano de Demissão Voluntária (PDV) feito no ano passado, que teve adesão de cerca de 500 trabalhadores. "Surpreendente aqueles que não aderiram ao PDV começavam a ser mandado embora, inclusive, algumas demissões completamente arbitrária, que são companheiros que têm doença ocupacional, acidente de trabalho, que a nossa convenção coletiva garante estabilidade até a aposentadoria", disse o representante da categoria, Vivaldo Araújo.

Credito: Reprodução / Rede Vanguarda A GM informou que não vai se pronunciar sobre as demissões. O que os trabalhadores temem é que elas aumentem até o meio do ano, quando dois modelos de automóveis deixarão de ser produzidos em São José dos Campos.

Desde 2008, quando a empresa anunciou a modernização das fábricas no Brasil, a unidade de São José dos Campos tem ficado de fora dos investimentos. Na época, a fábrica deixou de gerar 600 novos empregos para aumentar a produção, porque não chegou a um acordo com o sindicato.

A empresa queria flexibilizar a jornada de trabalho e reduzir salários. Os R$ 700 milhões que seriam investidos na produção de um novo modelo, foram destinados à fábrica de São Caetano do Sul. "A única explicação que ela diz é que há gente sobrando dentro da empresa e a gente não assiste isso. Em todo o setor que você vai, a reclamação dos trabalhadores é de que está faltando gente, inclusive, está trabalhando em dia de sábado, fazendo hora extra. Então, não há por que ter essas demissões", reiterou Vivaldo.

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